La java des bombes atomiques
Boris VianVersione portoghese di Sérgio Salvia Coelho | |
Mio zio, amando il fai da te Una passione in sé Aveva per l'atomica E senza avere mai studiato Aveva ormai imparato Che è questione pratica Lui se ne stava tutto il dì Nel suo bell'atelier A fare non so che E poi la sera, su da lui Meravigliava tutti Raccontando che Per fabbricare la bomba Fanciulli miei, si sa Che non ci vuole tanto Per il detonatore poi Un quarto d'ora e vai E parti per l'incanto Riguardo poi la bomba a idrogeno Non è l'ossigeno, ma mi tormenta Saper che la dolce invenzion Ha un suo raggio d'azion Di tre metri e cinquanta C'è qualcosa che non va Vado, ma ritorno qua Sono stato tutti questi anni Dietro alla mia bomba E alla sua forma ovalica E senza avere mai studiato Ormai ho imparato Che è questione pratica Io me ne stavo tutto il dì Nel mio bell'atelier A fare non so che E poi la sera, su da lui Meravigliavo tutti Raccontando che Man mano che ci si fa vecchi Senza usar gli specchi Il cervello arranca Diciamo pure è cosa seria Che più che materia È una salsa stanca Son stato tutti questi anni Dietro alla mia bomba ed alla sua portata E non mi sono reso conto Conta per il mondo Dove va tirata C'è qualcosa di cui dubito Vado, ma ritorno subito Sapendo del suo risultato I capi di ogni stato Vennero a cercarlo Lui accolse tutti, escluso sé Ché l'umile atelier Era piuttosto piccolo Appena entraron tutti, rise E con la chiave chiuse Urlando: "State attenti" A volte, se il gioiello brilla Di tutti i potenti non rimane nulla Davanti allo stato di cose Lui non si scompose Fece il finto tonto In tribunale trascinato Al giudice togato Farfugliò convinto: "Signori della corte Io lo giuro innanzi a Dio Con anima e coscienza - Sono bene convinto E grido di aver ben servito La mia amata Francia -" Sorte della sua ironia Prima la condanna e dopo l'amnistia E il paese riconoscente Lo elesse come presidente | A JAVA DAS BOMBAS ATÔMICAS Meu tio, notório inventor Era contrafeitor de bombas nucleares Sem ter graduação formal Era o maioral em manutenção dos lares Trancado dias em surdina Em sua oficina, para experiências; E à noite com o seu relato Punha a audiência em estado estupefato Para fazer uma Bomba A Podem acreditar é uma molezinha A questão do detonador é um parto sem dor Eu faço na cozinha No que toca à Bomba H Eu vou mais devagar mas o que me atormenta É que as de minha fabricação Têm um raio de ação de só três e cinquenta Algo aqui não está bom Volto já pro meu porão Camelou dias a fio Com seu desafio de melhorar o modelo No café da manhã Comia com afã seu mingau de farelo A gente pela sua careta Via a coisa preta, mas ninguém dava um pio E uma noite no jantar Titio deu um suspiro e passou a declarar: À medida que envelheço Agora eu reconheço, o dano é diário Isto nem é mais cabeça, por incrível que pareça Está mais para minhocário Pois já faz bem mais de ano Que eu me desengano com o alcance do aparato Sem ter consideração que a real questão É seu local de impacto Algo aqui não está bom Volto já pro meu porão Na véspera do resultado Grandes chefes de Estado vieram para a festa Meu tio ao recepcionar Mandou não reparar na sua casa modesta Mas vendo todos presentes Lhes passou a corrente dizendo: quietinhos! E quando a bomba explodiu Todos esses cretinos, ninguém nunca mais viu. Diante desse resultado Titio foi bom soldado e alegou demência Levado aos tribunais ele gaguejou mais E falou à Imprensa: Senhores foi um baita azar Mas devo declarar em meu juízo profundo Que detonando o topo Eu encontrei um modo de salvar o mundo. Confundindo os jurados Meu tio foi condenado depois anistiado E em grande comoção Venceu a eleição de chefe da nação |