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Il galeone

Belgrado Pedrini
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"O galeão" - Poema de 1967 composto por Belgrade Pedrini
LE GALION

Nous somm(es) la chiourme anémique
d'une galèr(e) infâme
où l’implacable sort tragique
lentement nous affame.

Jamais de limpid(e) horizon
ne dégag(e) notr(e) aurore
et sur le misérable pont
La garde hurle encore.

Ainsi tous nos jours s'évapor(ent)
dans d'infectes carènes,
maigres esclav(es) émaciés à bord,
Enserrés dans les chaînes.

La lun(e) se lève sur la mer
au ciel tournent les étoiles
mais dessus nos lanternes
s’étend un funèbre voile.

Foules décharnées d’esclaves
gémissant sur la rame
brisons ces funest(es) entraves
ou nous mourrons sur la lame !

Pourquoi, esclaves gémissants,
ramez-vous à tout rompre ?
Mieux mourir désobéissant
sur la blanch(e) écume de l’onde.

Ramons jusqu'à c’que le vaisseau
sur les écueils fracasse.
Hissez hauts rouge et noir drapeaux
quand siffle le vent de face.

Que nous soit couche compatissante
l'ond(e) écumant(e) et sans merci
Que brille un jour sur les résistants
le soleil de l’anarchie !

Debout esclav(es), c’est l’alarme !
L’onde bouillonne, brutale
éclairs, foudr(es) et vacarme
sur la galère fatale.

Debout esclav(es), c’est l’alarme !
Luttons, force et volonté,
Jurons, jurons justice !
liberté, solidarité !
‎O GALEÃO

Nós somos a anémica tripulação
duma infame prisão
em que o rato da morte
mata lentamente pela fome

Nunca horizontes claros
abrem a nossa aurora
e no convés esquálido
Grita a sentinela a cada hora

Os nossos dias espiralados
entre a fétida quilha
estamos magros, abatidos, escravizados
cerrados com correntes de ferro

A lua se eleva acima do mar
revolvem as estrelas no céu
mas sobre as nossas luzes
estende-se um fúnebre véu

Tripulação de escravos ressequidos
curva-se a gemer ao remo
quebrem estas amarras
ou curvados a remar morremos

O que é isto de remar os remos, escravos gementes?
Melhor morrer entre as ondas
no branqueamento do mar

Nós remamos até que a embarcação
se choque contra os recifes
Acima o encarnado e preto (bandeira)
entre o sibilar dos ventos

E que seja piedoso o leito
a onda espumosa e cruel
mas que um dia faça surgir no horizonte os seus mártires
o sol da anarquia

Alto, escravos: às armas, às armas!
A onda borbulha em sal
trovão raios e relâmpagos
no galeão fatal

Alto, escravos, às armas, às armas!
Lutai com o braço forte!
Jurem, jurem justiça!
Ou liberdade ou morte!

Jurem, jurem justiça!
Ou liberdade ou morte!


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