Os vampiros
José AfonsoOriginale | Versione spagnola di Gustavo Sierra Fernandez |
OS VAMPIROS No céu cinzento, sob o astro mudo, Batendo as asas p’la noite calada, Vêm em bandos, com pés de veludo, Chupar o sangue fresco da manada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. A toda a parte chegam os vampiros, Poisam nos prédios, poisam nas calçadas... Trazem no ventre despojos antigos E nada os prende às vidas acabadas. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Se alguém se engana com seu ar sisudo E lhes franqueia as portas, à chegada, Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. No chão do medo, tombam os vencidos, Ouvem-se os gritos, na noite abafada, Jazem nos fossos vítimas de um credo E não se esgota o sangue da manada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. São os mordomos do universo todo Senhores à força, mandadores sem lei Enchem as tulhas, bebem vinho novo, Dançam a ronda no pinhal do rei Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Se alguém se engana com seu ar sisudo e lhes franqueia as portas à chegada, Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada. Eles comem tudo, eles comem tudo, Eles comem tudo e não deixam nada! | LOS VAMPIROS En el cielo gris sobre el astro mudo batiendo las alas en la noche callada vienen en bandadas con pies peludos a chupar la sangre fresca de la manada. Si alguien se engaña con su aire serio y les abre las puertas a su llegada ellos comen todo y no dejan nada. A toda parte llegan los vampiros se posan en los edificios se posan en las aceras traen en el vientre despojos antiguos pero nada les importa las vidas acabadas. Son los mayordomos del universo entero señores a la fuerza mandadores sin ley llenan los graneros beben vino joven bailan a corro en el pinar del rey. Ellos lo comen todo y no dejan nada. En el suelo del miedo tumban a los vencidos se oyen los gritos en la noche angustiosa. Yacen en los agujeros víctimas de un credo y no se agota la sangre de la manada. Si alguien se engaña con su aire serio y les abre las puertas a su llegada ellos comen todo y no dejan nada. |