Lingua   

Los nadies

La Gran Orquesta Republicana
Pagina della canzone con tutte le versioni


OriginaleTraduzione portoghese dal blog Viva la Sexta!‎
LOS NADIES

Sueñan las pulgas con comprarse un perro y sueñan los nadies con salir de pobres,
que algún mágico día llueva de pronto la buena suerte,
que caiga del cielo la buena suerte,
pero la buena suerte no llueve ayer ni hoy, ni mañana, ni nunca,
ni en lloviznita cae del cielo la buena suerte,
por mucho que los nadies la llamen, o aunque les pique la mano izquierda
o se levanten con el pie derecho o empiecen el día cambiando de escoba.

Los hijos de nadie, los dueños de nada, los nadies, los ningunos, los ninguneados.
Corriendo la liebre, muriendo la vida, jodidos, rejodidos.
Que no son aunque sean.
Que no hablan idiomas, sino dialectos.
Que no profesan religiones, sino supersticiones.
Que no hacen arte, sino artesanía.
Que no practican cultura, sino folclore.
Que no son seres humanos, sino recursos humanos.
Que no tienen cara, sino brazos.
Que no tienen un nombre, que tienen un número.
Que no figuran en la historia universal, sino en la crónica roja de la prensa local.
Que cuestan menos que la bala que los mata.
OS ZÉS-NINGUÉM

Sonham as pulgas com comprar um cão
e sonham os zés-ninguém com deixar de ser pobres,‎
que em algum mágico dia
chova de repente a boa sorte,‎
que chova a cântaros a boa sorte;‎
mas a boa sorte não choveu ontem, nem hoje,‎
nem amanhã, nem nunca,‎
nem em chuvisquinhos cai do céu a boa sorte,‎
por mais que os zés-ninguéns a chamem
e ainda que lhes cocem a mão esquerda (*),‎
ou levantem da cama com o pé direito,‎
ou comecem o ano trocando de escova.‎
‎ ‎
Os zés-ninguém: os filhos de ninguém,‎
os donos de nada.‎
Os zés-ninguém: os nulos, os menoscabados,‎
passando fome, morrendo em vida, fodidos,‎
re-fodidos:‎
‎ ‎
Que não são, ainda que sejam.‎
Que não falam idiomas, senão dialetos.‎
Que não professam religiões
senão superstições.‎
Que não fazem arte, senão artesanato.‎
Que não praticam cultura, senão folclore.‎
Que não são seres humanos,‎
senão recursos humanos.‎
Que não têm cara, senão braços.‎
Que não têm nome, senão número.‎
Que não figuram na história universal,‎
senão nas páginas policias da imprensa local.‎
Os zés-ninguém,‎
que custam menos
que a bala que os mata.‎
(*) Em alguns lugares da América Latina, existe uma superstição que diz que, quando alguém sente ‎coceira na mão esquerda, é porque ela receberá algum dinheiro.‎


Pagina della canzone con tutte le versioni

Pagina principale CCG


hosted by inventati.org