Lingua   

Novembro

Luís Cília
Lingua: Portoghese


Luís Cília


Leveda a broa
chove na estrada
que entra em Lisboa
silenciada.

Fermenta o vinho
sobre tristeza
que se reveza
neste caminho.

É novembro e no entanto
é tempo de joeirar.
A palha que vai ficando
arde e faz-nos sufocar.

E é talvez a fumarada
que te rasa os olhos de água.
A confusão, camarada;
o momento e não a mágoa.

O momento em que a nervura
se detém na velha folha,
desenhando a amargura
enquanto a raiva restolha.

Por isso digo: teus cachos
rasos de raiva e de dor.
Novembro rasando os olhos
de quem te tem tanto amor.

Não era o silêncio que avançava. Não.
O silêncio já morrera há muitos anos.
Eram os servos dos antigos tiranos,
de vingança à bandoleira e uma arma em cada mão.

Tentam à força mudar o rumo à história,
silenciando as mil bocas da verdade.
Mas nós temos o teu exemplo na memória
e a tua esperança ainda brilha na cidade.

Meu país dilacerado,
forte do teu movimento
que somos nós trabalhando
tudo o que tu tens por dentro.

A palavra derradeira
somos nós que a lançaremos.
Este mês é uma ladeira
que, em conjunto, subiremos.

Porque abril foi para nós
uma porta, uma viragem;
um momento que ganhámos.
Não o fim de uma viagem.

Ouve a voz que vem das minas,
campos, fábricas, estradas.
Suor, calor e carinho
que te estendem as mãos dadas.

Recebe a nossa mensagem
apreensiva e desperta:
A luta continua! Coragem!
A nossa vitória é certa.



Pagina principale CCG

Segnalate eventuali errori nei testi o nei commenti a antiwarsongs@gmail.com




hosted by inventati.org