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Trova do emigrante

Manuel Freire
Langue: portugais


Manuel Freire


Parte de noite e não olha
Os campos que vai deixar
Todo por dentro a abanar
Como a terra em Agadir‎
Folha a folha se desfolha
Seu coração ao partir
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Não tem sede de aventura
Nem quis a terra distante
A vida o fez viajante
Se busca terras de França
É que a sorte lhe foi dura
E um homem também se cansa
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As rugas que o suor cava
Não são rugas são enganos
São perdas lágrimas e danos
De suar por conta alheia
Não compensa nunca paga
Quanto suor se semeia
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Em vida vive-se a morte
Se o trabalho não dá fruto
Morre-se em cada minuto
Se o fruto nunca se alcança
Porque lhe foi dura a sorte
Vai para terras de França
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Não julguem que vai contente
Leva nos olhos o verde
Dos campos onde se perde
Gente que tudo lhe deu
Parte mas fica presente
Em tudo o que não colheu
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Verde campo verde e triste
Em ti ceifou e hoje foi-se
Em ti ceifou mas a foice ‎
Ceifava somente esperança
Nem sempre um homem resiste
Vai para terras de França
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Vai-se um homem vai com ele
A marca duma raiz
Vai com ele a cicatriz
De um lugar que está vazio
Leva gravada na pele
Uma aldeia um campo um rio
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Ficam mulheres a chorar
Por aqueles que se foram
Ai lágrimas que se choram
Não fazem qualquer mudança
Já foram donos do mar
Vão para terras de França



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