4 marzo 1943 [Gesù bambino]
Lucio DallaLa versione portoghese (brasiliana) letterale di Pino Ulivi,... | |
MINHA HISTORIA (GESÙ BAMBINO) Ele vinha sem muita conversa, sem muito explicar Eu só sei que falava e cheirava e gostava de mar Sei que tinha tatuagem no braço e dourado no dente E minha mãe se entregou a esse homem perdidamente Ele assim como veio partiu não se sabe pra onde E deixou minha mãe com o olhar cada dia mais longe Esperando, parada, pregada na pedra do porto Com seu único velho vestido cada dia mais curto Quando enfim eu nasci minha mãe embrulhou-me num manto Me vestiu como se fosse assim uma espécie de santo Mas por não se lembrar de acalantos, a pobre mulher Me ninava cantando cantigas de cabaré Minha mãe não tardou a lertar toda a vizinhança A mostrar que ali estava bem mais que uma simples criança E não sei bem se por ironia ou se por amor Resolveu me chamar com o nome do Nosso Senhor Minha história é esse nome que ainda hoje carrego comigo Quando vou bar em bar, viro a mesa, berro, bebo e brigo Os ladrões e as amantes, meus colegas de copo e de cruz Me conhecem só pelo meu nome Menino Jesus | 4 MARÇO DE 1943 Dizem que era um belo homem e vinha, vinha do mar, falava uma outra língua porem sabia amar. E naquele dia ele possuiu a minha mãe sobre um belo prado, a hora mais doce antes de ser morto. Assim ela ficou sozinha no quarto, o quarto no porto, com o único vestido a cada dia mais curto. E apesar de não conhecer o nome e nem o país, me esperou como um dom de amor desde o primeiro mês. Fazia dezesseis anos naquele dia a minha mãe, as estrofes de taverna as cantou como nana-nenê. E apertando-me ao peito que sabia, sabia de mar, brincava de fazer a dona com o nenê para enfaixar. E quiçá foi por brincadeira, o talvez por amor, que quis me chamar como Nosso Senhor. Da sua breve vida, a lembrança, a maior lembrança está toda nesse nome que eu carrego comigo. E ainda hoje que brinco com cartas e bebo vinho, para gente do porto me chamo menino Jesus. E ainda hoje que brinco com cartas e bebo vinho, para gente do porto me chamo menino Jesus. E ainda hoje que brinco com cartas e bebo vinho, para gente do porto me chamo menino Jesus. |